Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.
Um livro que li classifica as pessoas em "construtores" e "não construtores". O primeiro grupo cria coisas, muda futuros, realiza-se. As pessoas "não construtoras" são as que, por alguma razão, acabam não conseguindo ter metas, ou concretizá-las. Razões para isso existem muitas, claro.
Você, concurseiro, por suas escolhas e atitudes, por estar aqui lendo sobre como passar... certamente faz parte do grupo de construtores. Gostaria que fosse, então, um construtor de primeira linha e que não esmorece diante dos desafios que vêm naturalmente. É, de fato, não existe um carimbo de "CONSTRUTOR" e outro de "NAO CONSTRUTOR" com o qual alguém bata na testa dos recém-nascidos. As pessoas é que vão escolhendo o que se tornarão através de suas atitudes, pensamentos e comportamentos.
A soma de atitudes e pensamentos define os comportamentos e estes definem os resultados. E, claro, somos nós quem definimos, pela escolha ou pela omissão, quais serão nossas atitudes (posturas diante da vida e dos desafios) , nossos pensamentos (o primeiro "campo de batalha") e nossos comportamentos (que, no final das contas, são o vetor que muda a realidade material, o mundo externo).
Embora possam existir decisões pontuais, grandes, emblemáticas, em regra o que define os resultados é uma série de milhares de pequenas decisões cotidianas. Colhemos o que plantamos e essa é uma atividade do dia a dia, da rotina que adotamos.
Pois bem, um dos pontos a serem observados para sermos bons construtores, bons realizadores de idéias, bons alteradores da realidade, é a capacidade de dar um ponto final em algumas situações. É a idéia do "caso encerrado".
Segundo o livro Sucesso Feito para Durar - Histórias de pessoas que fazem a diferença (Jerry Porras, Stewart Emery e Mark Thompson. Porto Alegre: Bookman, 2007):
"Os Construtores acabam optando por deixar algo para trás não porque o estejam negando, mas porque devem se manter focados no que estão construindo. Isso não significa que tudo foi perdoado, ou que a dor está completamente curada, ou que todas as injustiças que podem ter sofrido foram ignoradas. Eles tentam reescrever a história ou limpar sua ficha. Tampouco fingem que nada aconteceu. Eles simplesmente decidem encerrar o caso e seguir adiante. Ficar obcecado com os ressentimentos mantém vivos esses mesmos ressentimentos; deixá-los para trás os obriga a morrer enquanto retomamos nossa vida.
Alguns chamam isso de "conclusão" ou "absolvição", o que no entanto implica que há perdão, resolução ou restituição - ou pelo menos uma apologia adequada. Infelizmente, quando acontecem coisas ruins, muito do que ocorre raras vezes é resolvido ou sanado completamente. Mesmo assim, os Construtores encontram um caminho para seguir adiante, de forma que possam criar seu futuro. A raiz da palavra "perdoar" (forgive) é deixar para lá - encerrar.
"Encerrar é uma palavra forte", disse a reverenda Deborah Johnson. "Quando algo é encerrado, acabou. Quando está encerrado, não se dica voltando ao assunto." Tal é a forma como as pessoas bem-sucedidas procedem. Elas não chamam isso necessariamente de perdão, mas, com efeito, deixam de fazer da culpa um meio de vida."
É exatamente sobre este tema que pretendo tratar no artigo de hoje: encerrar, terminar, finalizar coisas. O trecho acima versa exatamente sobre a capacidade de colocar um ponto final sobre assuntos que incomodam de alguma forma, seja por trauma, injustiça ou revolta. Claro, isso não quer dizer esquecer a lição ou não extrair de acontecimentos ruins ou injustos algum aprendizado ou determinação para mudar o estado das coisas. O que não funciona é ficar se martirizando e vivendo no passado.
Muitas pessoas me escrevem relatando dificuldade em superar acontecimentos de suas vidas, sejam pessoais, sejam profissionais ou financeiros e até em relação a matérias e professores com as quais houve algum trauma. Tudo isso influencia a vida cotidiana e, claro, a maratona dos concursos.
Existem vários exemplos, tanto no plano pessoal quanto no plano profissional. No nosso caso específico, juntarei o "profissional" ao pessoal e tratarei em separado do campo da preparação para provas e concursos. Contudo, como sempre disse em meus livros, as questões pessoais (autoestima, autoconfiança, família, saúde etc.) influenciam decisivamente a questão profissional.
NO CAMPO PESSOAL:
NO CAMPO DOS CONCURSOS, existem vários tipos de "traumas":
Ainda há outros casos, como os das pessoas com dificuldade de conciliar estudo e trabalho ou o relacionamento aos estudos etc. É para todas essas pessoas que quero sugerir o carimbo de "CASO ENCERRADO".
Ele é uma simples e eficiente solução para solucionar seus conflitos dando um "basta" ao sofrimento, encerrando o assunto e abrindo espaço para mudanças e melhorias.
Se você tem algum caso que mereça ser encerrado, pode contá-lo para mim através do contato deste site, do meu site ou da minha comunidade no Orkut. Em qualquer caso, hoje a idéia é trazer o tema à discussão. Semana que vem falarei mais um pouco sobre o assunto.
Pense se você está gastando energia emocional com o passado, decida - se for o caso - a dar umas "carimbadas" de "CASO ENCERRADO" e, este é um convite, volte semana que vem para conversarmos mais sobre este assunto.
Com abraço fraterno, William Douglas
O PCI Concursos em parceria com o site www.williamdouglas.com.br,disponibiliza aqui, vários artigos, textos e dicas de William Douglas sobre "Como Passar" em concursos públicos: