Por William Douglas, juiz federal, nadador, pai e concurseiro
Meu filho de dois anos está começando a aprender a nadar. É grande, o guri. A natação servirá para muitas coisas, a começar pela necessidade de administrar bem um corpo daquele tamanho. Sou, claro, apaixonado por ele. Viking, alto, louro, olhos azuis, temperamental, mas, antes de tudo, um bom menino e, mais ainda que isso, meu filho.
E o que isso tem a ver com concursos?
A professora está fazendo a adaptação do menino à água, o primeiro passo. E vi muita coisa aplicável ao concurso. Nadar é, no seu caso, passar em concurso. Aprender a nadar, então, é nosso assunto... mas, no fundo, estamos falando da mesma coisa.
O primeiro passo é a adaptação à piscina. Meu filho não queria entrar. Ele precisou descobrir o valor da piscina, a graça daquele ambiente, enfim, gostar de piscina.
E você? Já resolveu entrar na piscina dos concursos? Entrar no mundo dos concurseiros? Ou está enrolando para pular na água?
Claro que a gente raramente pula de cabeça, pelo menos não começa assim. É um pezinho, depois molha a perna... mas, uma hora tem que mergulhar mesmo.
Onde está você? Já molhou a cintura, já mergulhou? Mergulhe!
No começo da adaptação, o Lucas não entrava na piscina e a professora de natação fez o seguinte serviço: não o forçou a entrar. Piscina e concurso só adiantam quando você mesmo é quem decide fazer. E como fizemos isso com o Lucas? Ele ficou vendo as pessoas na piscina se divertindo. Aí, quis entrar.
Gente, estabilidade é divertido; bons salários e qualidade de vida também; status idem... mas nada mais prazeroso do que ajudar o próximo sendo remunerado pelo governo. Fazer o bem, melhorar a vida das pessoas.
Meu filho sentou na borda, pôs o pé na água - a professora fez tudo isso antes, depois conseguimos fazê-lo entrar, no meu colo.
Tenho tempo para ir para a natação com meu filho porque fiz concursos e tenho horários bem interessantes. Uma coisa boa do serviço público. Você também pode ter isso daqui a algum tempo.
Mas, continuando: no começo ele só ficava na água abraçado, digo, agarrado mesmo, em meu pescoço. Medo da água, medo do novo, medo da matéria, das provas, dos imprevistos... Depois ele foi se desprendendo, soltando os braços. Para esse processo, o Lucas, como qualquer menino ou menina, precisa sentir segurança. Pai e mãe ajudam, pois passam segurança.
No seu caso, espero que eu, que o curso, que outros professores, que os livros, façamos bem o serviço. Entre na água conosco. Nós entendemos do assunto, você não vai se afogar se seguir as regras.
O próximo passo foi fazer jogos, entre os quais arremessar brinquedos para ele ir buscar. Primeiro com uma mão, depois com as duas. Para ele soltar as duas mãos do meu pescoço foi demorado.
Concurseiros também precisam de jogos: os exercícios e simulados, por exemplo. E como demoram a largar as mãos de outras prioridades para aprender a nadar!
E você, está indo pegar os brinquedos com as duas mãos, focado... ou está agarrado no pescoço da TV, MSN, Orkut, lazer excessivo ou coisa parecida? Já falei isso em outro artigo, quando comparo o olhar da águia, focada, com o da galinha, com um olho para cada lado.
Um grande progresso do meu filho foi tirar as duas mãos, ficar solto, se sentir bem, num ambiente agradável. Enquanto segurava a professora, ele estava tenso e com medo.
Se você jogar o jogo, entrar na piscina e confiar, em breve estará se sentindo confortável no ambiente (mesmo que estressante) de cursos, livros, revisões, apostilas, provas, exercícios etc. Acredite em mim: com o tempo, você vai se sentir solto e confiante.
Depois, meu filho e você irão mergulhar na água, entrar de cabeça. Ele ainda não está fazendo isso enquanto escrevo este artigo. Mas fará. Estamos trabalhando com o menino. Ele tem dois anos e meio, precisa disso. No seu caso, a responsabilidade é sua, você é adulto. Se tiver ajuda, ótimo, mas, se não tiver, vai precisar aprender a nadar sozinho. No caso dos concursos, ensino isso no site e nos livros. Conte, então, pelo menos comigo. Mas você terá muita ajuda extra, esteja certo. Contudo, sem você querer entrar na piscina e ficar na água até aprender a nadar, não adianta o resto. Comece por você.
Uma das metas atuais é ensinar o menino a mergulhar, a começar de fora da piscina e se jogar nela. Você precisa sair da piscina uma vez por semana, ou meio turno por semana, para respirar ares diferentes e se recuperar. E, depois, precisa pular de volta, com alegria.
Ao pular na piscina, o simbolismo é que a criança está se entregando; se entregando para a vida, para a pessoa que está lá dentro, de braços abertos esperando-a. Você precisa se entregar ao sonho, e pular na água. Pule, é divertido! Nadar é bom, passar em concursos também, ser servidor público igualmente.
Convido você a entrar conosco na piscina, e a aprender a nadar. Venha, é divertido!
O PCI Concursos em parceria com o site www.williamdouglas.com.br,disponibiliza aqui, vários artigos, textos e dicas de William Douglas sobre "Como Passar" em concursos públicos: